Blog da Pri

Esses dias descobri que em mim existe uma vaidade desenfreada.

Não sou daquelas que fazem de tudo para ter o seu rosto bonitinho para ser invejado pelo resto das mulheres se arriscando em cirurgias plásticas ou quando fazem loucuras para obter o mesmo corpo esguio e magro das modelos.

É claro que gosto de cuidar dos meus cabelos rebeldes, cuidar da pele com o creme de baunilha que sempre passo para deixá-la sedosa e cheirosa. Em comparação de quando era uma adolescente aborrecente e desarrumada, hoje sou diferente daquela de antes que odiava se encarar no espelho.

Quando se passa a se olhar duas vezes no espelho e um indicio de luxuria tomando conta de nós, sem que notamos.

A minha revelação se deu quando ao escovar os dentes à noite vi que havia pouco creme dental , que só daria para uma só escovada. Na certeza, eu fui pegar mais um no armário e o que descobri. Não havia mais nenhum e teria de me contentar só com o resto daquele creme até que eu comprasse mais. Seria impossível eu me contentar somente com aquela escassa limpeza, afinal adoro o frescor e a sensação de limpeza que somente diversas escovadas me proporciona satisfação.

Bem, depois da crise da abstinência da limpeza bucal, pensei comigo: sabia que havia uns três tubos de creme dental o que daria para um mês e mal se passaram metade desse mês. Será que havia me enganado e só tinha um??

Como ainda moro com os meus pais, é a minha mãe que faz as compras domésticas fui perguntar à ela. Ela confirmou que havia comprado três e ficou surpresa que eu havia acabo com os três. Algumas vezes acho que ela ainda acha que a minha irmã, casada e com um filho lindo, ainda vive com nós, porque as vezes ela compra a mesma quantidade de coisas que quando a minha irmã morava conosco, tipo a quantidade de cremes dentais.

Nossa!!! Só comigo em menos de uma mês havia gastado três tubos de creme dental!!!

Sei que exagero em ficar mais de meia hora escovando os dentes quando recomendado de acordo com os dentista uns cinco minutos. Também sei que toda vez que passo em frente ao espelho admiro a brancura dos meus dentes alinhados e dou aquele sorriso artístico e marcante.

É nada mais natural que depois de mais de cinco anos usando o desagradável aparelho odontológico, admirar o sorriso perfeito, depois de anos de dentes tortos e vergonha de abrir a boca.

Sem que eu notasse fiquei obcecada pelo meu "sorriso perfeito". Para mim se tornou impossível não reparar nos sorrisos de outras pessoas e se gabar que os meus são alinhados e "perfeitos". É terrível perceber algo que era tão desconhecido em sua personalidade, se infiltra lentamente e molda uma nova pessoa e às vezes isso incomoda.

Então, cuidado ao mostrar seu sorriso à mim porque mentalmente estarei julgando se são tão "perfeitos" quanto ao meu de hoje ou tão feios como era o meu no passado.